Orçada em R$ 6,9 milhões, a obra será dividida em três etapas. A primeira será voltada para a contenção da degradação da cobertura do convento, seguida das outras duas intervenções que deverão cuidar da restauração dos azulejos, esculturas e pinturas barrocas.
Segundo Manoel Telles, proprietário da empresa responsável pela recuperação da base estrutural do convento, toda a força de trabalho necessária para a realização da restauração será contratada na região de Cairu, com exceção da mão-de-obra especializada. Mas, por orientação da Petrobras, cada profissional especializado treinará um auxiliar local na região.
Primeira manifestação de uma arquitetura genuinamente brasileira, o convento de Cairu foi construído no século XVII pela Escola Franciscana do Nordeste. Com uma área de 4,2 mil metros quadrados, o conjunto arquitetônico possui dois pavimentos em torno de um claustro e uma construção anexa na qual há um salão e um amplo espaço em ruínas. Dentro do convento existem inúmeros exemplares de azulejaria barroca, bem como de esculturas sacras. Há quadros de José Joaquim da Rocha, considerado um introdutor das pinturas ilusionistas em perspectivas nos forros dos tetos das igrejas no Brasil - entre outras obras de grande importância arquitetônica. "Há mais de 10 anos lutávamos pela reforma. Esse convento é um brinco de ouro no interior da Bahia", diz Frei Hilton Freitas, atual coordenador do convento.
A instalação do convento na região foi custeada por doações da própria população no século XVII. Frei Hilton explica que os cupins causaram enorme prejuízo ao convento e que os azulejos precisam de uma restauração urgentíssima. No ano passado, os frades se depararam com uma inusitada proposta para que, em troca de uma eventual reforma, o Convento fosse transformado num hotel de luxo. A população e os franciscanos não gostaram dessa idéia, se mobilizaram e buscaram apoio da Petrobras.
Fonte: Jornal na Mídia